quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Três considerações de um esquerdista insuspeito

Três considerações de um esquerdista insuspeito

Encontrei estas afirmações na Internet e as transcrevo para expandir o seu alcance.

São de Georges Orwell, o autor de '1984', um livro de ficção sobre o funcionamento de uma sociedade comunista, são dele as afirmações que destaco a seguir:
  • O fascismo não era, como toda a esquerda repetia na época, um câncer do capitalismo avançado, mas uma sinistra perversão do socialismo.

  • Depois de ter conhecido por dentro o funcionamento dos partidos de esquerda na Espanha, tomou horror pela política. Note-se que Orwell não destingiu comunismo de outros partidos de esquerda.

  • Quem leu '1984' se lembrará da Novilíngua, forma de dominação que consiste na apropriação e deformação no sentido das palavras, a tal ponto que uma casa de torturas podia ser chamada de Ministério do Amor, ou algo que valha. Quando as palavras perdem o sentido, o homem também se perde.

Um comentário meu: Quem acompahou o primeiro turno das eleições municipais no Brasil (3/10/2088) terá notado como os partidos de esquerda usam e abusam desse linguajar.

Não existem diferenças entre os programas de um DEM ou de um PSOL, para indicar apenas dois extremos. Todos falam em democracia, em atender os interesses da população.

Induzem nossos desorientados eleitores a pensar que todos falam a mesma lingua, quando na realidade pregam formas diferentes de dirigir o Estado.

Que nenhum é ameaça para o País. É o medo de assustar o eleitorado brasileiro que é conservador. Orwell tomou um susto quando conheceu os partidos de esquerda por dentro. Precisamos nos assustar também.

Fontes:
artigo 'Orwell anarquista conservador' in Revista das Revistas - O Estado de São Paulo de 28/9/2008
Blog do Príncipe Dom Bertrand de Orleãns e Bragança

domingo, 11 de novembro de 2007

O Rei manda o tirano calar-se

O Rei manda o tirano calar-se

Acima o video do ocorrido. E leia o que publicou a respeito o jornal espanhol El País (10.nov.2007):
"Intervinha Zapatero na última sessão plenária da cúpula [Ibero americana], precisamente para contestar a primeira intervenção de Chávez, na qual o dirigente venezuelano insistia em desqualificar Aznar. Revelando algumas conversas que teve con ele na visita de Aznar à Venezuela en 2002, Chávez terminou seu discurso dizendo que "uma serpente é mais humana que um fascista o um racista; um tigre é mais humano do que um fascista o um racista".

Diante de tais palavras, Zapatero exigiu de nuevo "respeito" para o ex-presidente espanhol. "Pode-se estar nos antípodas de uma posição ideológica - e não serei eu quem está próximo das idéias de Aznar - mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito", decía. Enquanto isso, Chávez, no parava de falar, tentando interromper, defendendo seu direito de expressar sua opinião.

Então, o Rei, visiblemente agastado, instou a Chávez a que deixasse falar a Zapatero com um sonoro e inconformado "Por que não te calas?", levantando a mão em direção a Chávez".
Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Racionamento branco do gás

A jornalista Eliane Cantanhêde em seu artigo Enquanto o dilúvio não vem chama a atenção para o aumento do preço do gás... e como ela diz leia-se racionamento branco. Por outro lado o governo retoma a exploração de gás na Bolivia mesmo sem esta dar garantias de que vai cumprir os acordos. Apesar de ela achar que é por medo, eu acho que é uma opção ideológica de Lula... tambem torce pela Dilma como eventual candidata à presidência do Brasil. É a lógica da esquerda.... sempre os salvadores da patria são eles... e os acólitos da mídia dão um jeito de sempre favorecer este raciocinio.

Quando a Petrobras avisa que vai aumentar o preço do gás em até 25%, leia-se: vai ter racionamento branco. Pela lógica, toda vez que que você quer diminuir o consumo, aumenta o preço. Todos os passos do governo, aliás, demonstram que a possibilidade de desabastecimento é bastante alta. O consumidor que se cuide.

O primeiro passo foi engolir em seco e decidir investir novamente na exploração de gás na Bolívia, apesar de toda a má-criação do presidente Evo Morales, que desapropriou as refinarias brasileiras, com o requinte de botar o Exército na parada. Voltar a investir no país certamente não é porque a diplomacia brasileira é boazinha, a Bolívia é pobrezinha e Morales é muy amigo.

É o medo, puro e simples. O segundo passo foi a decisão de reduzir a oferta no Rio e em São Paulo para abastecer as usinas termelétricas, enquanto São Pedro não colabora e não manda um dilúvio. A CEG (RJ) e a Comgás (SP) foram informadas. Quem boiou, a seco, foram os consumidores. Uma solução agora passa pelas chuvas e pela recuperação do nível dos reservatórios. Mas é tempo de retomar a discussão sobre a energia nuclear, vetada no primeiro mandato e estimulada por Lula no segundo, além das energias alternativas. E aprender que nem você nem país nenhum deve se ancorar no que não tem. Senão fica nas mãos dos Evo Morales
e rezando pelo poço de Tupi, salvação da lavoura.

Efeito colateral: Dilma Rousseff nunca foi candidata, não tem origem no PT e sua classificação como presidenciável é sempre acompanhada do adjetivo "competente". Mas ela é a "dona" do setor de energia e do PAC. A energia evapora. E, ontem, a ONG Contas Abertas avisou que, em 10 meses, o governo só reservou 50% da verba prevista para o programa mais ambicioso do governo e da própria Dilma. Assim, ministra, fica difícil viabilizar qualquer candidatura.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ameaça de falta de gás e futuramente falta de Eletricidade

Ameaça de falta de gás e futuramente falta de Eletricidade
Com o editorial titulado Promessas gasosas a Folha de São Paulo chama a atenção para a falta de regras claras nos acordos com a Bolivia e que o governo pretende apresentar como vantajosas... é o tal polo ideológico (Cuba, Venezuela, Bolivia, Brasil) no qual prevalecem ajuda aos amigos sobre as vantagens reais para o Brasil. Mas vamos a colocar e sublinhar trechos do editorial:

Os brasileiros têm motivo para redobrar sua preocupação com o abastecimento energético no futuro próximo. O governo Luiz Inácio Lula da Silva começa a transmitir mensagens confusas e equivocadas sobre as medidas que tomou -e as que pretende adotar- para enfrentar a mais grave ameaça à continuidade do crescimento.

"Todos nós sabemos que a Petrobras tem que fazer investimentos para que a gente possa ter mais garantias de que a Bolívia vai ter mais gás para exportar", diz o presidente Lula. Todos sabemos? Sem a explicitação dos termos da reaproximação com La Paz, ninguém pode ter certeza. Terá o presidente Evo Morales se convencido da necessidade de respeitar contratos? Ou esse será mais um acordo na base do "La garantía soy yo"?

A administração Lula, desconcertada com o apagão episódico no gás, na semana passada, apressa-se em ludibriar o público com essa versão de que a Bolívia será a tábua de salvação para o abastecimento do combustível. Falta dizer que qualquer investimento novo que a Petrobras realize hoje dificilmente será capaz de trazer mais gás boliviano ao Brasil em menos de dois anos.

O gasoduto Brasil-Bolívia já opera em sua capacidade máxima. Para cumprir o plano original de elevar em cerca de 50% o fluxo atual, seriam necessárias melhorias -para aumentar a compressão do gás transportado, por exemplo- que não estariam prontas antes de 2010. Mas o plano original foi abandonado pela Petrobras, com razão, após o governo Morales ter quebrado contratos, nacionalizado ativos da estatal brasileira e lhe imposto um arrocho tributário.

Ao redescobrir a Bolívia, o governo Lula tampouco revela que o país andino assumiu compromissos de venda de gás que excedem em mais de 10% sua produção. Não é à toa que falta suprimento para a termelétrica de Cuiabá. A propalada estratégia de trazer "mais gás" boliviano soa na verdade como tentativa de assegurar o fornecimento já contratado com o Brasil. Enquanto estimula discussões sobre a falsa solução boliviana, o Planalto vai se esquivando de tomar medidas que atinjam o cerne da crise -o setor elétrico. Por mais que o preço do gás suba no mercado brasileiro, dificilmente a sua vantagem econômica em relação ao petróleo, cujo barril já roça os US$ 100, vai desaparecer. Continuará havendo um estímulo natural para o uso do gás.

Diante disso, medidas para inibir a demanda pelo gás natural, embora necessárias, terão efeito limitado. É preciso redesenhar o modelo de contratos no setor de energia elétrica, em especial para os chamados grandes consumidores. Está aí uma das fontes de instabilidade que ameaçam produzir mais um racionamento de eletricidade no Brasil.

Portanto os problemas de infraestura vão se avolumando no Governo Lula, que sempre tem um pendor pelos "amigos" ideológicos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Discurso religioso, aborto e Estado laico

No interessante artigo Discurso religioso, aborto e Estado laico de João Heliofar de Jesus Villar coloca o dedo na chaga na discussão sobre o aborto, eu reproduzo uma parte ponderável do lúcido artigo, pois parece-me bem escrito e ponderado, ressaltando os trechos que me chamam a atenção:

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao declarar tempos atrás que o aborto não é uma questão religiosa, e sim de saúde pública, reavivou o debate sobre a questão. A declaração é importante porque, a rigor, estabelece um limite para a invocação de razões religiosas no debate público, tema recorrente nesta Folha.

Há dois pontos de vista básicos sobre a origem da vida. Ou ela é fruto do acaso e consiste numa força cega, sem significado e propósito, que saiu do nada e vai para lugar nenhum, resultado de infinitas mutações que se desenvolvem a partir de uma forma absolutamente primária etc. etc., ou resulta de um ato de criação de um ser inteligente e, por causa disso, tem significado, propósito etc. etc.

Os dois pontos de vista são indemonstráveis. A vantagem do primeiro -a visão secular- consiste no fato de que sua argumentação, ainda que indemonstrada, é puramente naturalista e se ajusta ao método científico. Uso a expressão naturalista, que me parece melhor do que materialista, para nomear a visão de que a natureza é tudo o que existe, em contraposição àquela que concebe a existência de uma realidade sobrenatural.

Armand M. Nicholi Jr., professor de psiquiatria na Universidade Harvard (EUA), destaca em sua última obra que Freud dividia a humanidade em duas classes: os que crêem em Deus e os que não crêem. As visões de mundo de uns e de outros são radicalmente diferentes.

Entender, por um lado, que a vida é sagrada, por ser dom de Deus, ou, por outro, que é um acidente natural a que o homem empresta valor conforme suas condições culturais, evidentemente, estabelecerá radical distinção nos valores de quem crê numa ou noutra hipótese.

E como o Estado laico se posiciona em relação a isso? Não se posiciona. Deixa ambos com seus pontos de vista e não toma partido. Estado laico não significa uma opção oficial pelo ponto de vista exclusivamente naturalista do mundo, mas uma opção por não se meter na discussão, concedendo liberdade a quem crê e a quem não crê.

Isso, obviamente, não impede ninguém de expor sua posição na arena pública fundado em suas convicções (ainda que religiosas). Nenhuma regra impede o religioso de invocar suas razões numa discussão oficial, especialmente se o objeto da ontrovérsia girar em torno de valores, campo em que a ciência é muda e o naturalismo nada tem a dizer.

Dizer que as razões que se apóiam numa convicção religiosa se contrapõem ao Estado laico é torcer a regra e, a rigor, subordinar a visão de mundo do religioso à secular, arbitrariamente. Se a argumentação de um religioso objetiva proteger um valor tutelado pelo direito, não importa que
invoque uma razão espiritual para se definir nessa posição.

Não importa por quê? Porque o tema é levado ao debate e pode ser contestado por quem pensa de modo diferente. Não há obscurantismo quando se tem a honestidade de defender um valor protegido pelo direito com base numa visão de mundo não secular e se está aberto ao dissenso.

O que gera o obscurantismo não é a fé, mas a proibição do dissenso, falha na qual incorrem muitos ao invocar o Estado laico para, em discussões oficiais, fechar a boca de quem crê em Deus. A imposição de silêncio ao religioso significa que o Estado o estaria obrigando a se posicionar sempre -e exclusivamente- a partir de postulados materialistas -tão metafísicos quanto os não materialistas- que violam sua convicção. O materialismo filosófico não é a única linguagem autorizada pelo Estado.

No fundo, o problema é outro: há no pensamento secular, ainda que não assumida, a convicção de que a fé é um perigo obscurantista que devemos banir do nosso meio o quanto antes, sob pena de restaurarmos a idade das trevas. Bobagem.

A história mostra que, para ser fanático, não é preciso ser religioso e que o obscurantismo não é fruto do fato de o sujeito crer em Deus e na existência de uma realidade sobrenatural. Hitler, Mao, Stálin etc. não criam em nada disso. Oscurantismo é a proibição do dissenso.

Terceiro mandato de Lula

Em seu artigo Caricaturas viram gente Clóvis Rossi pitorescamente menciona, a desfaçatez com que muitos dos políticos hoje em dia encaram o governo e o poder:

Agora são os políticos, quase todos, que procuram se adequar à caricatura. Como, também para ficar em um só exemplo, o deputado Fernando Ferro (PT-CE), responsável pelo pedido para desarquivar a emenda que permite a reeleição ilimitada de governantes. Justificou-se assim, segundo o "Painel" de domingo: "Fui oposição muito tempo. Agora sou governo, e gosto muito. Não pretendo mais deixar de ser. Desejo longa vida à oposição... na oposição".

O deputado poderia ter ao menos acrescentando alguma frase épica, dessas com os quais os políticos enchem a boca e ninguém mais acredita. Do tipo: "Quero o poder para dar o melhor de si para fazer do Brasil um grande país". O parlamentar não está, pois, dizendo nenhuma novidade, fazendo nenhuma revelação. Mas houve um tempo em que, pelo menos, havia um certo pudor -ou fingia-se um certo pudor. O que mudou, na política brasileira, foi o banimento do pudor ou do fingimento de pudor.

domingo, 4 de novembro de 2007

Sobre Cuba

Sobre Cuba
O secretário do Departamento de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez (nascido em Cuba) escreve no artigo para Folha de São Paulo Uma oportunidade para Cuba, menciona coisas que muitos de nossos pólíticos se negam a ver... apesar de que os fatos estão ai. Mas vamos aos trechos do seu artigo:

Em Cuba, o tempo parou enquanto uma ditadura cruel continuou a oprimir o povo e a impedir o progresso que trouxe esperança a grande parte da região. À medida que outros países procuram tirar as pessoas da pobreza, Cuba dissemina pobreza e miséria por toda a ilha.

Por 48 anos, Castro manteve rígido controle sobre seu povo, destruindo qualquer sentido de liberdade individual e tornando as pessoas totalmente dependentes de seu regime para todas as suas necessidades. Por meio de brutalidade e repressão, ele coibiu as vozes dissidentes, abafou os pedidos de liberdade e interrompeu a comunicação com o mundo exterior.

O governo cubano deve adotar totalmente as liberdades fundamentais: liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de criar partidos políticos e liberdade de mudar o governo por meio de eleições multipartidárias periódicas. E Cuba deve libertar todos os presos políticos e os prisioneiros de consciência.