domingo, 11 de novembro de 2007

O Rei manda o tirano calar-se

O Rei manda o tirano calar-se

Acima o video do ocorrido. E leia o que publicou a respeito o jornal espanhol El País (10.nov.2007):
"Intervinha Zapatero na última sessão plenária da cúpula [Ibero americana], precisamente para contestar a primeira intervenção de Chávez, na qual o dirigente venezuelano insistia em desqualificar Aznar. Revelando algumas conversas que teve con ele na visita de Aznar à Venezuela en 2002, Chávez terminou seu discurso dizendo que "uma serpente é mais humana que um fascista o um racista; um tigre é mais humano do que um fascista o um racista".

Diante de tais palavras, Zapatero exigiu de nuevo "respeito" para o ex-presidente espanhol. "Pode-se estar nos antípodas de uma posição ideológica - e não serei eu quem está próximo das idéias de Aznar - mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito", decía. Enquanto isso, Chávez, no parava de falar, tentando interromper, defendendo seu direito de expressar sua opinião.

Então, o Rei, visiblemente agastado, instou a Chávez a que deixasse falar a Zapatero com um sonoro e inconformado "Por que não te calas?", levantando a mão em direção a Chávez".
Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Racionamento branco do gás

A jornalista Eliane Cantanhêde em seu artigo Enquanto o dilúvio não vem chama a atenção para o aumento do preço do gás... e como ela diz leia-se racionamento branco. Por outro lado o governo retoma a exploração de gás na Bolivia mesmo sem esta dar garantias de que vai cumprir os acordos. Apesar de ela achar que é por medo, eu acho que é uma opção ideológica de Lula... tambem torce pela Dilma como eventual candidata à presidência do Brasil. É a lógica da esquerda.... sempre os salvadores da patria são eles... e os acólitos da mídia dão um jeito de sempre favorecer este raciocinio.

Quando a Petrobras avisa que vai aumentar o preço do gás em até 25%, leia-se: vai ter racionamento branco. Pela lógica, toda vez que que você quer diminuir o consumo, aumenta o preço. Todos os passos do governo, aliás, demonstram que a possibilidade de desabastecimento é bastante alta. O consumidor que se cuide.

O primeiro passo foi engolir em seco e decidir investir novamente na exploração de gás na Bolívia, apesar de toda a má-criação do presidente Evo Morales, que desapropriou as refinarias brasileiras, com o requinte de botar o Exército na parada. Voltar a investir no país certamente não é porque a diplomacia brasileira é boazinha, a Bolívia é pobrezinha e Morales é muy amigo.

É o medo, puro e simples. O segundo passo foi a decisão de reduzir a oferta no Rio e em São Paulo para abastecer as usinas termelétricas, enquanto São Pedro não colabora e não manda um dilúvio. A CEG (RJ) e a Comgás (SP) foram informadas. Quem boiou, a seco, foram os consumidores. Uma solução agora passa pelas chuvas e pela recuperação do nível dos reservatórios. Mas é tempo de retomar a discussão sobre a energia nuclear, vetada no primeiro mandato e estimulada por Lula no segundo, além das energias alternativas. E aprender que nem você nem país nenhum deve se ancorar no que não tem. Senão fica nas mãos dos Evo Morales
e rezando pelo poço de Tupi, salvação da lavoura.

Efeito colateral: Dilma Rousseff nunca foi candidata, não tem origem no PT e sua classificação como presidenciável é sempre acompanhada do adjetivo "competente". Mas ela é a "dona" do setor de energia e do PAC. A energia evapora. E, ontem, a ONG Contas Abertas avisou que, em 10 meses, o governo só reservou 50% da verba prevista para o programa mais ambicioso do governo e da própria Dilma. Assim, ministra, fica difícil viabilizar qualquer candidatura.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ameaça de falta de gás e futuramente falta de Eletricidade

Ameaça de falta de gás e futuramente falta de Eletricidade
Com o editorial titulado Promessas gasosas a Folha de São Paulo chama a atenção para a falta de regras claras nos acordos com a Bolivia e que o governo pretende apresentar como vantajosas... é o tal polo ideológico (Cuba, Venezuela, Bolivia, Brasil) no qual prevalecem ajuda aos amigos sobre as vantagens reais para o Brasil. Mas vamos a colocar e sublinhar trechos do editorial:

Os brasileiros têm motivo para redobrar sua preocupação com o abastecimento energético no futuro próximo. O governo Luiz Inácio Lula da Silva começa a transmitir mensagens confusas e equivocadas sobre as medidas que tomou -e as que pretende adotar- para enfrentar a mais grave ameaça à continuidade do crescimento.

"Todos nós sabemos que a Petrobras tem que fazer investimentos para que a gente possa ter mais garantias de que a Bolívia vai ter mais gás para exportar", diz o presidente Lula. Todos sabemos? Sem a explicitação dos termos da reaproximação com La Paz, ninguém pode ter certeza. Terá o presidente Evo Morales se convencido da necessidade de respeitar contratos? Ou esse será mais um acordo na base do "La garantía soy yo"?

A administração Lula, desconcertada com o apagão episódico no gás, na semana passada, apressa-se em ludibriar o público com essa versão de que a Bolívia será a tábua de salvação para o abastecimento do combustível. Falta dizer que qualquer investimento novo que a Petrobras realize hoje dificilmente será capaz de trazer mais gás boliviano ao Brasil em menos de dois anos.

O gasoduto Brasil-Bolívia já opera em sua capacidade máxima. Para cumprir o plano original de elevar em cerca de 50% o fluxo atual, seriam necessárias melhorias -para aumentar a compressão do gás transportado, por exemplo- que não estariam prontas antes de 2010. Mas o plano original foi abandonado pela Petrobras, com razão, após o governo Morales ter quebrado contratos, nacionalizado ativos da estatal brasileira e lhe imposto um arrocho tributário.

Ao redescobrir a Bolívia, o governo Lula tampouco revela que o país andino assumiu compromissos de venda de gás que excedem em mais de 10% sua produção. Não é à toa que falta suprimento para a termelétrica de Cuiabá. A propalada estratégia de trazer "mais gás" boliviano soa na verdade como tentativa de assegurar o fornecimento já contratado com o Brasil. Enquanto estimula discussões sobre a falsa solução boliviana, o Planalto vai se esquivando de tomar medidas que atinjam o cerne da crise -o setor elétrico. Por mais que o preço do gás suba no mercado brasileiro, dificilmente a sua vantagem econômica em relação ao petróleo, cujo barril já roça os US$ 100, vai desaparecer. Continuará havendo um estímulo natural para o uso do gás.

Diante disso, medidas para inibir a demanda pelo gás natural, embora necessárias, terão efeito limitado. É preciso redesenhar o modelo de contratos no setor de energia elétrica, em especial para os chamados grandes consumidores. Está aí uma das fontes de instabilidade que ameaçam produzir mais um racionamento de eletricidade no Brasil.

Portanto os problemas de infraestura vão se avolumando no Governo Lula, que sempre tem um pendor pelos "amigos" ideológicos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Discurso religioso, aborto e Estado laico

No interessante artigo Discurso religioso, aborto e Estado laico de João Heliofar de Jesus Villar coloca o dedo na chaga na discussão sobre o aborto, eu reproduzo uma parte ponderável do lúcido artigo, pois parece-me bem escrito e ponderado, ressaltando os trechos que me chamam a atenção:

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao declarar tempos atrás que o aborto não é uma questão religiosa, e sim de saúde pública, reavivou o debate sobre a questão. A declaração é importante porque, a rigor, estabelece um limite para a invocação de razões religiosas no debate público, tema recorrente nesta Folha.

Há dois pontos de vista básicos sobre a origem da vida. Ou ela é fruto do acaso e consiste numa força cega, sem significado e propósito, que saiu do nada e vai para lugar nenhum, resultado de infinitas mutações que se desenvolvem a partir de uma forma absolutamente primária etc. etc., ou resulta de um ato de criação de um ser inteligente e, por causa disso, tem significado, propósito etc. etc.

Os dois pontos de vista são indemonstráveis. A vantagem do primeiro -a visão secular- consiste no fato de que sua argumentação, ainda que indemonstrada, é puramente naturalista e se ajusta ao método científico. Uso a expressão naturalista, que me parece melhor do que materialista, para nomear a visão de que a natureza é tudo o que existe, em contraposição àquela que concebe a existência de uma realidade sobrenatural.

Armand M. Nicholi Jr., professor de psiquiatria na Universidade Harvard (EUA), destaca em sua última obra que Freud dividia a humanidade em duas classes: os que crêem em Deus e os que não crêem. As visões de mundo de uns e de outros são radicalmente diferentes.

Entender, por um lado, que a vida é sagrada, por ser dom de Deus, ou, por outro, que é um acidente natural a que o homem empresta valor conforme suas condições culturais, evidentemente, estabelecerá radical distinção nos valores de quem crê numa ou noutra hipótese.

E como o Estado laico se posiciona em relação a isso? Não se posiciona. Deixa ambos com seus pontos de vista e não toma partido. Estado laico não significa uma opção oficial pelo ponto de vista exclusivamente naturalista do mundo, mas uma opção por não se meter na discussão, concedendo liberdade a quem crê e a quem não crê.

Isso, obviamente, não impede ninguém de expor sua posição na arena pública fundado em suas convicções (ainda que religiosas). Nenhuma regra impede o religioso de invocar suas razões numa discussão oficial, especialmente se o objeto da ontrovérsia girar em torno de valores, campo em que a ciência é muda e o naturalismo nada tem a dizer.

Dizer que as razões que se apóiam numa convicção religiosa se contrapõem ao Estado laico é torcer a regra e, a rigor, subordinar a visão de mundo do religioso à secular, arbitrariamente. Se a argumentação de um religioso objetiva proteger um valor tutelado pelo direito, não importa que
invoque uma razão espiritual para se definir nessa posição.

Não importa por quê? Porque o tema é levado ao debate e pode ser contestado por quem pensa de modo diferente. Não há obscurantismo quando se tem a honestidade de defender um valor protegido pelo direito com base numa visão de mundo não secular e se está aberto ao dissenso.

O que gera o obscurantismo não é a fé, mas a proibição do dissenso, falha na qual incorrem muitos ao invocar o Estado laico para, em discussões oficiais, fechar a boca de quem crê em Deus. A imposição de silêncio ao religioso significa que o Estado o estaria obrigando a se posicionar sempre -e exclusivamente- a partir de postulados materialistas -tão metafísicos quanto os não materialistas- que violam sua convicção. O materialismo filosófico não é a única linguagem autorizada pelo Estado.

No fundo, o problema é outro: há no pensamento secular, ainda que não assumida, a convicção de que a fé é um perigo obscurantista que devemos banir do nosso meio o quanto antes, sob pena de restaurarmos a idade das trevas. Bobagem.

A história mostra que, para ser fanático, não é preciso ser religioso e que o obscurantismo não é fruto do fato de o sujeito crer em Deus e na existência de uma realidade sobrenatural. Hitler, Mao, Stálin etc. não criam em nada disso. Oscurantismo é a proibição do dissenso.

Terceiro mandato de Lula

Em seu artigo Caricaturas viram gente Clóvis Rossi pitorescamente menciona, a desfaçatez com que muitos dos políticos hoje em dia encaram o governo e o poder:

Agora são os políticos, quase todos, que procuram se adequar à caricatura. Como, também para ficar em um só exemplo, o deputado Fernando Ferro (PT-CE), responsável pelo pedido para desarquivar a emenda que permite a reeleição ilimitada de governantes. Justificou-se assim, segundo o "Painel" de domingo: "Fui oposição muito tempo. Agora sou governo, e gosto muito. Não pretendo mais deixar de ser. Desejo longa vida à oposição... na oposição".

O deputado poderia ter ao menos acrescentando alguma frase épica, dessas com os quais os políticos enchem a boca e ninguém mais acredita. Do tipo: "Quero o poder para dar o melhor de si para fazer do Brasil um grande país". O parlamentar não está, pois, dizendo nenhuma novidade, fazendo nenhuma revelação. Mas houve um tempo em que, pelo menos, havia um certo pudor -ou fingia-se um certo pudor. O que mudou, na política brasileira, foi o banimento do pudor ou do fingimento de pudor.

domingo, 4 de novembro de 2007

Sobre Cuba

Sobre Cuba
O secretário do Departamento de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez (nascido em Cuba) escreve no artigo para Folha de São Paulo Uma oportunidade para Cuba, menciona coisas que muitos de nossos pólíticos se negam a ver... apesar de que os fatos estão ai. Mas vamos aos trechos do seu artigo:

Em Cuba, o tempo parou enquanto uma ditadura cruel continuou a oprimir o povo e a impedir o progresso que trouxe esperança a grande parte da região. À medida que outros países procuram tirar as pessoas da pobreza, Cuba dissemina pobreza e miséria por toda a ilha.

Por 48 anos, Castro manteve rígido controle sobre seu povo, destruindo qualquer sentido de liberdade individual e tornando as pessoas totalmente dependentes de seu regime para todas as suas necessidades. Por meio de brutalidade e repressão, ele coibiu as vozes dissidentes, abafou os pedidos de liberdade e interrompeu a comunicação com o mundo exterior.

O governo cubano deve adotar totalmente as liberdades fundamentais: liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de criar partidos políticos e liberdade de mudar o governo por meio de eleições multipartidárias periódicas. E Cuba deve libertar todos os presos políticos e os prisioneiros de consciência.

Continuam os run-runs sobre o terceiro mandato de Lula

Continuam os run-runs sobre o terceiro mandato de Lula
No editorial de hoje da Folha de São Paulo intitulado Reeleição, só uma parece-nos interessante ressaltar os seguintes trechos e sublinhar em negrito o fato de que tanto o governo (portanto Lula ) e o PT estão testando a idéia para ver como vai ser recebida pela opinião pública:

Devanir Ribeiro está sempre na vanguarda das causas indigestas do PT. Amigo do presidente Lula, granadeiro aguerrido no batalhão que absolveu mensaleiros na Câmara, o deputado agora assume o papel de bandeirante do terceiro mandato.

O petismo começa a preocupar-se com 2010 e com a perspectiva de ver-se alijado do poder federal, que abriga 5.000 militantes do partido.

O deputado cumpre uma missão precursora, para testar a receptividade da idéia. As cúpulas a começar de Lula honram o protocolo e "desautorizam" a movimentação continuísta. Mas ela não parou até agora, sinal de que nem Planalto nem PT agiram para bloqueá-la.

Muita gente no governismo está curiosa para saber as conseqüências do "factóide" lançado pelo deputado Devanir Ribeiro

A probabilidade de que o presidente se converta num caudilho e vá minando as instituições cujo papel é fiscalizar e moderar a força do Planalto cresce exponencialmente num mandato longo.

A confusão de princípios e o mudancismo casuísta são tamanhos que há gente propondo o terceiro mandato.

Por outro lado a jornalista Elaine Cantanhêde em seu artigo de hoje O mundo está de olho afirma o seguinte:

O partido do presidente, ferido, sem candidatos visíveis a olho nu para a
sucessão. Está na nossa cara e na parede de Lula: a tentativa de re-reeleição é muito improvável, não impossível.

O que contém Lula é o medo de ser confundido externamente com o bolivarianismo chavista. É isso que ainda salva o Brasil do terceiro mandato.

Portanto desejo não falta, e a movimentação esta aí para prová-lo, falta agora uma bela encenação no palco cotidiano aonde, conforme a avaliação, o presidente Lula seja, a contra-gosto e sem nada saber, levado para o belo desfecho... o terceiro mandato.

sábado, 3 de novembro de 2007

Falta de ética e terceiro mandato de Lula

Falta de ética e terceiro mandato de Lula
O jornalista Clóvis Rossi no seu artigo O trambique será eterno? chama a atenção para o seguinte falando da Copa de futebol de 2014:
Havia um partido (o PT) que se proclamava campeão mundial da moralidade pública, da ética -e, obviamente, das denúncias dos trambiques alheios. Foi só esse partido chegar ao poder federal para que a máscara caísse. Caísse de uma forma estrepitosa, a ponto de sua cúpula ser rotulada de "organização criminosa" pelo procurador-geral da República, rótulo aceito em princípio pelo Supremo Tribunal Federal.

Mas há um detalhe: o governo que estará em funções a partir de 2011 e até 2014 (o período essencial para as obras da Copa) será outro, a menos que Lula autorize mais um trambique, na forma de um terceiro mandato consecutivo. Será que a pátria tropical já abandonou toda e qualquer esperança de limpeza na vida pública, presente, passada e futura?

Continua portanto a ser mencionado pela imprensa o idéia do terceiro mandato de Lula, uma vez que seu amigo venezuelano já esta tramitando a eleição eterna...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tributação excessiva baseada em impostos indiretos

No artigo O ilusionismo de Mantega do jornalista Gustavo Patu explica como o Ministro Mantegapratica ilusionismo ao falar que a CPMF não é paga por todos... seguem trechos do artigo:

Ao declarar que 80% ou 90% dos brasileiros não pagarão a CPMF, o ministro Guido Mantega (Fazenda) pratica um ilusionismo numérico que, se levado a sério, faria desaparecer a principal distorção do sistema tributário brasileiro -carga excessiva e baseada em tributos indiretos, embutidos nos preços de bens e serviços.

Pela mágica matemática de Mantega, apenas uma meia dúzia de abastados e grandes empresas produzem os sucessivos recordes de arrecadação comemorados pela Receita Federal.

O truque, porém, nem chega a ser dos mais sofisticados: a carga de impostos, contribuições e taxas cobradas por União, Estados e municípios é distribuída por toda a sociedade, independentemente de quais sejam as pessoas físicas e jurídicas encarregadas da formalidade de fazer o pagamento ao fisco. A curiosidade que resta é ver um petista contrariar as teses históricas do partido e oferecer argumentos em favor dos tributos considerados mais injustos socialmente.

Ao menos aos olhos do fisco, os tributos indiretos têm vantagens importantes. São mais fáceis de cobrar, atingem todas as faixas de renda e a economia informal -também ao contrário do que ocorre no IR.

Nada como apanhar o Ministro com seu palavreado alambicado... portanto o aumento e a manutenção da carga tributária neste governo que se diz social é para manter os novos funcionários públicos com os que estão enchendo a eficientíssima máquina estatal.

Os problemas do Brasil atual e o terceiro mandato de Lula

A jornalista Eliane Cantanhêdea em seu artigo Copa vai, e o que fica? menciona os problemas que os brasileiros tem a enfrentar atualmente... e todos são da alçada do governo. Seguem trechos do artigo:

O que preocupa pela ordem, a violência urbana, a corrupção e a infra-estrutura defasada. A violência é isso que todo mundo sabe e muitos sofrem nas grandes capitais.

A corrupção é de cima abaixo.

E a infra-estrutura? Aeroportos congestionados, estradas esburacadas, a ameaça de desabastecimento de energia.

Essa discussão é pertinente, sobretudo agora, pois a Copa vem aí.

Ter a Copa no país é uma delícia, mas ela deve se adaptar às prioridades do país, não as prioridades do país a ela. E 2014 não vai ser um ano qualquer. Vai ter eleição presidencial, com Lula candidatíssimo.
O cálculo político de Lula sempre esta aparecendo, apesar dos problemas o desejo de oferecer pão e circo para manter-se no poder é impressionante. Alia-se às declarações do deputado Arlindo Chinagglia reclamando do artigo que mencionavamos ontem... no meio das declarações dele, solta esta pérola...

"Eu sou a favor do fim da reeleição, mas acho que o povo tem direito de decidir sobre tudo, inclusive sobre terceiro mandato, num plebiscito, junto com uma reforma política"


Ou seja, se o povo decidir , não há problemas... a pergunta que doi é quem é que vai apresentar ao povo esta proposta se não os que agora rasgam as vestiduras dizendo que é fora de cogitação...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Proposta sobre 3º mandato é desarquivada

Mais um show que começa a ser montado pelo Governo, e que conforme a reação vai ou não vai... a jornalista Andreza Matais escreve sobre a proposta de terceiro mandato de Lula em trechos de seu artigo "Proposta sobre 3º mandato é desarquivada", ela menciona:

Sem alarde, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), mandou desarquivar em abril deste ano uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que permite a reeleição sem limites para cargos majoritários, abrindo caminho para a aprovação de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pedido partiu do deputado Fernando Ferro (PT-PE).

O movimento dos petistas foi feito de forma silenciosa e pode acelerar a discussão levantada pelos deputados Devanir Ribeiro (PT-SP) e Carlos Willian (PTC-MG), que defendem a possibilidade de terceiro mandato para Lula,

Infinitas reeleições

a proposição permite ao presidente da República, prefeitos e governadores concorrerem a infinitas reeleições, desde que se licenciem do cargo seis meses antes da disputa.

Assim como o deputado Devanir Ribeiro, Ferro também é próximo do presidente Lula. Devanir já disse que irá apresentar uma emenda constitucional no próximo mês sugerindo um referendo para que a população decida sobre o terceiro mandato, que seria realizado juntamente com as eleições municipais.
A Folha apurou que a idéia é andar com as duas propostas paralelamente. Garantido o apoio popular, a PEC já estaria bem encaminhada e com a vantagem de não ter sido apresentada por um petista.

Essa notícia sai depois que ontem na mesma Folha sairam as declarações de Luis Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência em que ele afirmou:
"O presidente Lula já desautorizou expressamente qualquer iniciativa neste sentido. Já deixou claríssimo que não haverá terceiro mandato, desaprova qualquer projeto de lei e, mais do que isso, qualquer consideração nesse sentido.

Ele já disse que entrega o poder, como prevê a Constituição, mas como é também sua convicção, ao seu sucessor eleito democraticamente em 1º de janeiro de 2011"

Na releitura destas declarações e da notícia de hoje caiu a ficha... ao seu sucessor eleito democraticamente, ou seja se fizerem as alterações no momento oportuno e o eleito for o próprio Lula, não haverá nenhum problema...

A "tropa de elite" do governo

O jornalista Janio de Freitas em seu artigo Os fins do comando escreve (seguem trechos):

A associação do governo Lula com a corrupção já sugere algo como um princípio, ainda que paradoxalmente formado por falta de princípio.

As ordens do governo aos seus parlamentares comprovam a associação deliberada com atos e autores de improbidades e coisas piores.

A CPI do Apagão Aéreo criada pelo Senado foi muito mais eficiente do que sua congênere da Câmara, deformada por exibicionismos liderados pelo neófito Vic Pires, e reduzida à inutilidade pelo relatório fugidio do petista gaúcho Marco Maia, em coerência com a orientação do governo.

No Senado o governo não consegue resolver tudo com sua tropa de elite, como pode fazer na Câmara. O governo com a sempre valiosa cumplicidade do PMDB, evitou que o relatório de Demóstenes Torres ficasse como conclusão oficial da CPI, mas não que seja encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público.

A novata CPI das ONGs, com um tema tão importante para os cofres públicos e para as ONGs sérias, fez mais uma sessão para exibir, na simples relação dos que convém
convocar, que os obedientes governistas estão ali para proteger aliados do governo, não importa o que tenham feito ou não. Ou melhor, o que importa é não expor o que certos companheiros e aliados têm feito, com altas verbas públicas, sob a denominação de ONG.

Assim tem sido nas CPIs, mas não só. Pintou improbidade no horizonte, já se sabe como agirá a tropa de elite do governo na Câmara e no Senado. O grande operador de cobertura de Renan Calheiros foi o governo. E Lula em pessoa. Tamanha coerência e sem-cerimônia não é sem significado, nem se mantém ao acaso.


Achei muito bem pego esses termos "a associação do governo Lula com a corrupção" e de que ha uma "tropa de elite do governo" para proteger aliados do governo, não importando o que tenham feito ou não. É preciso elogiar o que outros dizem bem, aqui fica meu reconhecimento ao Sr. Janio de Freitas...

Editorial da Folha apresenta mais uma crise do Governo Lula

No editorial da Folha de São Paulo "Curto-circuito no gás" é mencionado:

"Veio enfim a crise mais anunciada do governo Lula: já está faltando gás natural.

O gás natural surge como sintoma agudo apenas por fazer a ligação entre dois sistemas energéticos com dificuldades conhecidas de suprimento.

Por mais que se busque imputar à Petrobras responsabilidade pela crise de fornecimento, não lhe compete resolver sozinha o problema do gás. Não enquanto não forem enfrentadas também as deficiências do mercado elétrico. Isso é atribuição do MME."

Portanto ao apagão aéreo, às deficiências da infraestrutura, só para sinalizar as mais recentes, soma-se mais esta... por outro lado Lula leva uma nutrida comitiva à Suiza para celebrar a confirmação do Brasil como sede da copa mundial de futebol...