terça-feira, 6 de novembro de 2007

Terceiro mandato de Lula

Em seu artigo Caricaturas viram gente Clóvis Rossi pitorescamente menciona, a desfaçatez com que muitos dos políticos hoje em dia encaram o governo e o poder:

Agora são os políticos, quase todos, que procuram se adequar à caricatura. Como, também para ficar em um só exemplo, o deputado Fernando Ferro (PT-CE), responsável pelo pedido para desarquivar a emenda que permite a reeleição ilimitada de governantes. Justificou-se assim, segundo o "Painel" de domingo: "Fui oposição muito tempo. Agora sou governo, e gosto muito. Não pretendo mais deixar de ser. Desejo longa vida à oposição... na oposição".

O deputado poderia ter ao menos acrescentando alguma frase épica, dessas com os quais os políticos enchem a boca e ninguém mais acredita. Do tipo: "Quero o poder para dar o melhor de si para fazer do Brasil um grande país". O parlamentar não está, pois, dizendo nenhuma novidade, fazendo nenhuma revelação. Mas houve um tempo em que, pelo menos, havia um certo pudor -ou fingia-se um certo pudor. O que mudou, na política brasileira, foi o banimento do pudor ou do fingimento de pudor.

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